segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Dakar 2016 - Finito!!!

Olá pessoal!

Acabou!
Toby Price, em sua segunda participação no Dakar, conquistou seu primeiro título, e o 15º para a austríaca KTM.
O australiano de 28 anos, que aos 15 já era campeão australiano em 2 categorias, profissionalizou-se em 2004 assinando com a Kawasaki, parceria mantida até 2010, quando, já com vários títulos assinou com a KTM e conquistou 5 títulos do AORC - Australian Off-Road Championship.

A largada da última etapa entre Villa Carlos Paz e Rosario também trouxe novidades em relação aos anos anteriores: A ordem de largada foi invertida em relação à classificação geral!
Normalmente o que acontece é que a ordem de largada é estabelecida pela ordem de classificação na etapa anterior.
Esta inovação fez com que o peruano Oswaldo Burga, 84º (último) na classificação geral da 12ª etapa, abrisse pista na etapa final, e Toby Price, primeiro colocado, fosse o último a largar.
Isso pode gerar um pouco de confusão, mas já nos tempos verificados no primeiro WP as coisas voltam ao normal. Quintanilla passou com o melhor tempo, seguido por Kevin Benavides e Helder Rodrigues, os 3 que disputavam o último espaço no pódio. Mas não houve mudança, e o chileno conseguiu segurar a 3ª colocação e o primeiro pódio para a Husqvarna.

Com este resultado a Husqvarna se inclui no seleto grupo de fabricantes que algum dia conquistaram um lugar no pódio do Dakar, são eles: KTM, Honda, Yamaha, Cagiva, BMW, Susuki, Aprilia, Barigo e Husqwarna.

Alguém pode perguntar... Barigo? O que é isso?

A Barigo foi uma fábrica francesa que fechou as portas em 1997. Grégoire Verhaegue correu o Dakar com uma BARIGO 500 e levou a moto de n°57 até o final, conquistando o terceiro lugar, atrás de Cyril Neveu e Philippe Vassard, ambos de Honda.

Voltando ao ano de 2016...

Fazendo um comparativo com os últimos 3 anos tivemos menos compatidores;
2013 - 183
2014 - 174
2015 - 160
2016 - 136
Mais da metade (61%) das motos terminaram o Dakar.
Apesar de tudo, as mecânicas estão resistindo mais. Este anos entre as top 20 houve apenas uma troca de motor, em 2015 foram 6 mesmo cruzando o salar, em 2014 10 e em 2013 foram 9.
Apesar de diversos fatores, seja a organização limitando o tamanho dos motores, seja o ingresso de equipes oficiais de outros fabricantes, a KTM ainda impera com folga. Este ano mais da metade das motos inscritas são KTM, e se você quiser terminar um Dakar, prefira uma KTM, pois este ano 76% delas chegaram ao final, contra 50 e 52% de Honda e Yamaha.
Mesmo com todo o oba-oba dos fabricantes, desde 2013 este ano foi o menor número de Hondas inscritas (14) e também de Yamahas (21).

É preciso reconhecer que os especialistas geralmente vão mais longe do que os generalistas.
A KTM foi fundada em 1934 pelo Sr. Hans Trunkenpolz, natural da cidade de Mattighofen, uma cidade da Áustria 40km ao norte de Salzburgo.
Kraftfahrzeuge pode ser traduzido por "veículo motorizado" ou "veículo tracionado por motor".
A marca KTM vem de Kraftfahrzeuge Trunkenpolz Mattighofen e começoe a fabricação de motocicletas em 1953, produzindo 3 unidades por dia.
Em 1955 Ernst Kronreif virou acionista da empresa e KTM passou a significar Kronreif Trunkenpolz Mattighofen.
Foi o primeiro fabricante a produzir um motor refrigerado a água para motos, o primeiro a usar freios a disco nas duas rodas, e também a inovar na suspensão traseira com o PDS (Linkless Suspension System).
Já na sua primeira participação em competições, em 1953 no 5º Gaisberg competition, chega em primeiro, segundo e terceiro lugares.
Em 1956 ganha o ISDE (Copa do Mundo de Enduro).
Em 1964, após um período de crise, volta às competições com uma equipe de fábrica e já em 1967 ganha 3 etapas do ISDE.
Em 1974 o portifólio contava com 42 modelos diferentes, e no mesmo ano torna-se campeã do mundial de motocross na categoria 250cc, feito repetido no ano seguinte.
Sua primeira aparição no Dakar foi em 1983. Em 1984 Ciro De Pétri conduziu uma KTM, mas abandonou.
Os primeiros motores 4 tempos para motos de série, já com refrigeração líquida, chegaram ao mercado em 1987.
Em 1992, depois de passar por reformulações administrativas, a KTM dá foco a um novo conceito chamado "Hard Enduro", que mistura endurance (provas de longa duração) com trials (escalada de pedras) e motocross.
E em 1993 o Hard Enduro vira Rally, inaugurado com vitória no Rally Atlas.
Em 1995 ganha o Master Rally e o Rally da Tunísia, iniciando a produção em série do revolucionário motor LC4, levou o título de Campeã Mundial de Motocross 500cc e incontáveis vitórias em competições de Enduro e Rally. Jordi Arcarons chegou em 2º e Carlos Sotelo em 3º no Dakar, e das 30 melhor classificadas, 17 eram KTM, em 1997 este número sobe para 19e em 1998 para 22.
Em 1999 a KTM vence seis Campeonatos Mundiais.
Era questão de tempo, e a vitória no Dakar veio em 2001 em dose quíntupla com Fabrizio Meoni, Arcarons, Gavardo, Pujol e Cox, e de lá pra cá não parou mais.
O produto KTM é para motocross (10 modelos), Enduro/Rally (16 modelos), as demais categorias contam com apenas alguns modelos.

Então é o seguinte, por muuuuuuito tempo ainda vamos ver estas motos alaranjadas povoando o mundo do Dakar.

Até o próximo!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Dakar 2016 - Entrando na reta final

Olá pessoal!

Ontem na etapa entre La Rioja e San Juan Toby Price deu um susto, pois seu tempo não apareceu em alguns WPs voltando a ser registrado somente na linha de chagada, quando foi registrado em segundo lugar, atrás de Antoine Meo, seguidos por outros 83 pilotos que seguem "ativos" neste Dakar.
Paulo Gonçalves não está mais entre eles. O portuga abandonou com sua Honda depois de um tombo perto do km118, logo depois do WP2. Foi enconttrado inconsciente pela equipe médica da organização que o levou diretamente para um hospital. O diagnóstico foi traumatismo craniano, mas ele já recuperou a consciência e deve passar por outros exames. Torcemos para que ele se recupere totalmente.

O chileno Pablo Quintanilla vem levando muito bem sua Husqvarna, com chances inclusive de conquistar um inédito pódio para a marca suéca, que pertence desde o ano retrasado à KTM.
Sempre se manteve entre o top 10 na classificação geral. Neste momento está em 4º, a menos de 2min de Meo, e leva 12min de vantagem sobre Benavides, o 5º na geral. São os 2 com changes de tomar o 3º lugar de Meo e quebrar o pódio triplo de KTM neste Dakar.

Notem que não houve grandes alterações nas posições de passagem dos primeiros pilotos pelos WP




Mas notem nesta outra visão que Quintanilla chegou inclusive a registrar o melhor tempo no WP8


Hoje, a penúltima etapa, que levou o pessoal de San Juan de volta a Villa Carlos Paz, teve o percurso encurtado de novo por causa das condições meteorológicas.

Meo abriu pista e praticamente parou para aguardar a chegada de Price, que largou 3min depois.
A estratégia da KTM foi encostar Meo em Price para garantir apoio em caso de qualquer imprevisto.
Infelizmente o imprevisto aconteceu com Meo, que levou um tombo, lesionou a mão e perdeu 38min no WP10.

Pablo Quintanilla até começou bem, passando com o melhor tempo já no WP2, mas a partir do WP5 os resultados não foram tão bons.
Quem voou hoje fou Helder Rodrigues. Largou em 4º e passou em primeiro no WP7.
Nas imagens abaixo dá pra ver a variação das posições e dos tempos.



Ao final desta etapa a classificação geral ficou assim:
1 - Price (KTM)
2 - Svitko (KTM) +00:37:39
3 - Quintanilla (Huskvarna) +00:53:10
4 - Rodrigues (Yamaha) +00:54:29
5 - Benavides (Honda) +00:57:28
Amanhã, na etapa final, somente Price vai "correr pro abraço", o resto da galera ainda vai estar brigando por um degrau ou até 2 na classificação final.

Vale a pena acompanhar!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Dakar 2016 - Caminho aberto para a 15º vitória da KTM

Olá pessoal!

Vejam o que eu comecei a escrever ontem...

"Ontem foi a vez de Paulo Gonçalves dar adeus ao Dakar. Sua Honda apresentou problemas mecânicos logo no início da etapa e não foi mais possível continuar.
Com Barreda e Paulo Gonçalves fora, com Joan Pedrero e Helder rodrigues sem um desempenho relevante, o caminho ficou aberto para a KTM e o australiano Toby Price, que voou baixo na 9ª etapa, ganhando mais 10min sobre Svitko, o novo segundo colocado na geral.

Desde que conquistou seu primeiro Dakar, logo com as 3 primeiras posições em 2001, a KTM só abriu espaço no degrau mais baixo do pódio 5 vezes, e uma única vez a segunda colocação ficou com a Honda de Paulo Gonçalves.
Restam ainda a Honda do argentino Kevin Benavides, a Husqvarna do chileno Pablo Quintanilla e a Yamaha do português Helder Rodrigues com alguma chance de um espacinho no pódio."

Pos é... só que não.


Marc Coma chamou para si a responsabilidade e finalizou a etapa no Km 176 da especial.
Justificativa: 42ºC às 10h da manhã e vários pilotos com sintomas de desidratação.
Como alguns pilotos de fato percorreram toda a especial, a organização resolveu considerar isso para chegar "virtualmente" a um tempo a ser considerado para quem parou com a neutralização. Usaram uma fórmula matemático/cabalística meio maluca para atribuir os tempos.

Isso mudou um pouco o quadro, pois Paulo Gonçalves, mesmo que com muito atraso, passou pelo Km176 rebocado por Paolo Ceci, que ganha o título de rebocador oficial do Dakar2016,  e ficou vivo na competição, mas 34min atrás de Price.
De outro lado, Benavides foi prejudicado. Tinha ficado em 4º a 33min do líder, e passou a figurar em 6º a 48min.
Muitos pilotos reclamaram bastante da decisão.
Laia postou em sua página no Facebook: "Before, I was 13th 13 minutes from top 10. Now I'm 14th, 50 minutes from top 10".
Casteu também se manifestou: "Trop de sécurité tue la course. Nous sommes des pilotes de l’extrême, nous savons que c’est dangereux. On nous avait dit que c’était la course la plus dure du monde, mais c’est nul ! Nous les pilotes de rallye, nous ne pouvons plus faire la différence".

Enfim. tá feito. Vira a página e seguir para a próxima etapa.

A ordem de saída de hoje foi inovadora, além de haver sido atrasada de novo em virtude do nível de água em um rio que deveria ser atravessado durante a especial.
Largaram as 4 primeiras motos, Price, Benavides, Svitko e Quintanilla a intervalos de 3 minutos. Em seguida largaram 4 carros, Sainz, Van Loon, Hirvonen e De Villiers. Assim, misturados, todos continuaram a largar para esta 10 etapa.
Mesmo tratando-se de uma etapa marathon, Paulo Gonçalves parece que conseguiu resolver os problemas mecânicos - radiador - que tinha na etapa anterior.

Novamente a etapa foi finalizada antes do previso, no CP5 (Km 244,7), pelo mesmo motivo que atrasou a largada: um rio muito cheio que não permitia cruzar.

Svitko foi que voou mais baixo, conquistando sua primeira votória em uma etapa. Kevin ficou em segundo, Price em terceiro e Paulo Gonçalves em quarto.
Os 3 primeiros passaram sempre juntos pelos WPs.



Na classificação geral Price segue na frente. Svitko vem depois (+00:23:12), seguido de Paulo Gonçalves (+00:34:15) e Quintanilla (+00:42:49).

Hoje as equipes podem trabalhar nas motos e recuperar os danos sofridos.
Vamos ver se haverá substituição de motor, o que se paga com penalização de 15min.

Seguimos acompanhando.

PS - Paulo Gonçalves foi penalizado em 00:39:56, aparentemente por haver permanecido tempo demais parado no CP2.
Parece que ele só poderia ter permanecido ali por 15min e todo o tempo excedente foi convertido em penalização.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Dakar 2016 - Adiós Bolivia!

Olá pessoal!

No sábado a caravana deixou a Bolívia e retornou à Argentina numa especial de 336Km realizados em duas etapas - o intervalo coincide com a passagem pela fronteira Bolívia-Argentina - mas a segunda etapa foi cancelada por causa das fortes chuvas e da elevação repentina do nível de diversos cursos de água que seriam cruzados na segunda parte da especial.

Os 3 primeiros a largar foram Price, Walkner e Paulo Gonçalves.
Barreda não largou. Às 09:18, mais de 2h depois da largada o organização ainda publicava ¿Dónde está Barreda? Seguramente seu abandono ainda não havía sido comunicado. Em entrevista justificou por uma fissura no polegar esquerdo, pelos problemas mecânicos da moto, e pelo risco de continuar nestas condições. Eu achei estranho...
A 15Km da largada Matthias Walkner perde o controle da moto e cai gravemente.
Pulo Gonçalves, que havia largado 3 minutos depois de Walkner foi o primeiro a chegar.
Parou imediatamente para dar assistência e alertar a organização.
Ficou 10min53 com Walkner até que chegasse socorro.
Ao final da etapa a organzação lhe devolveu o tempo.
O mesmo aconteceu com Laia quando parou para auxiliar Pela Renet na etapa 4.

Lembram da etapa 9 de 2012?
Posturas como esta de Paulo Gonçalves e de Laia Sanz me fazem crer que caráter é coisa que se molda antes da idade adulta, e que depois disso as mudanças são muito difíceis.
Além disso, constata-se também que é em momentos de pressão que as pessoas se mostram (quase) sem mascaras.

Toby Price caiu para 3º já no primeiro WP, e para 5º no WP5.
Meo e Benavides foram se revezando na ponta até o final, mas Meo chegou com o melhor tempo.
Svitko também não foi bem, terminou em 9º
Helder Rodrigues foi muito rápido e chegou em 4º, mas tomou 4min de penalização e caiu para 22º.
Paulo Gonçalves, com a recuperação do tempo no socorro a Walkner, termonou a etapa em 3º.
Na geral, Paulo Gonçalves manteve a liderança 03:12 a frente de Price que trocou de posição com Svitko. Quintanilla trouxe a Husqvarna para a 4ª posição - de 8º para 4º! - e Helder Rodrigues trouxe a Yamaha para a 7ª posição. Duclos e Pedrero seguiam juntos com suas Sherco em 9º e 10º.

Hoje iniciamos a segunda metade do Dakar.
Dos 136 que iniciaram em Buenos Aires, 112 estavam liberados para uma largada sofreu atraso porque a polícia argentina causou problemas durante o enlace que levava até o início da especial. Mas afinal, quem nunca teve problemas com "la caminera" argentina...
A etapa prometia grandes desafios de navegação e uma mudança drástica no rítmo da competição até aqui, com expectativa de mudanças nas posições. Além disso o trecho de especial contava com uma neutralização entre o Km 159 e o 302, respectivamente WP4 e 5.

Metge, que largou em 4º parou várias vezes antes do primeiro WP e passou em.
Paulo Gonçalves largou em 3º, depois de Meo e Benavides e assumiu a ponta já no WP1, caindo para 2º no WP4/5. Passou quase junto com Benavides no WP6, o que significa que ele já havia recuperado 3min sobre o argentino, mas acabou baixando o ritmo no final, terminando mais de 5min com desvantagem em relação a Price.
Price foi indo sem grandes mudanças até o WP4/5 mas ganhou 1min e meio e passou em 1º no WP6, e alcançou a liderança na geral passando pelo WP8 com vantagem de 2min47 sobre Paulo Gonçalves. O australiano terminou na primeira colocação da etapa e da classificação geral, com vantagem de 00:32 sobre Paulo Gonçalves.
Antoine Meo, que abriu pista hoje, caiu logo para 3º no WP1 e para 7º no WP6 e terminou em 8º.

Deu pra perceber que Paulo Gonçalves pode tirar proveito de ter Benavides e Meo a sua frente e ganhar o tempo que lhe separava deles, mas a partir do momento em que encontrou com ambos na pista a vantagem terminou, pois a partir do WP7 eles passaram sempre juntos, praticamente no mesmo minuto.
Como Price largou em 5º sua vantagem durou mais do que a de Paulo Gonçalves. No WP1 ele estava a 12min de Meo, a 6 de Paulo Gonçalves, e já tinha deixado Quintanilha pra trás. No WP7 ele já passava 4min depois do português, e no WP9 a diferença caiu para 2min.

Amanhã é a vez de Price abrir pista de novo com Paulo Gonçalves logo atrás dele. Disputa direta!
Svitko, Benavides, Meo e Quintanilha é que vão ter a opotunidade de tirar vantagem de quem larga na frente.

Seguimos acompanhando!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Dakar 2016 - Bienvenidos a Bolivia!

Olá pessoal!

Ontem rolou a segunda perna da primeira etapa marathon deste ano.
Novamente 3 KTM no pódio.
Uma verdadeira reviravolta!

Entre os 10 primeiros, apenas mantiveram suas posições na classificação geral o primeiro e o último, Paulo Gocçalves e Alain Duclos. Isso sem considerar a penalização de Meo.
Aqui estão expressas as movimentações:


Price largou em 6º, 3min depois de Meo, e a dupla mandou ver!
Price passou com o melhor tempo já no WP1 e se manteve na ponta até o final, sempre tendo como "batedor" o companheiro de equipe Antoine Meo, terminou em segundo mas foi penalizado em 5m e caiu para 8º.
Barreda passou Faria no WP2 e Benavides no WP8, cruzando a linha 6min depois de Paulo Gonçalves, praticamente ao mesmo tempo que Benavides, Faria, Meo e Price.
O site http://www.trackingdakar.nl/ mostra, quase em tempo real, os tempos das motos na pista.
Vejam as variações durante 5ª etapa.







Da equerda para a direita é a ordem e o tempo que cada piloto passou pelos WP, e debaixo pra cima a posição na etapa durante a passagem.

O estreante Ivan Cervantes (ESP) caiu logo no início da especial de ontem e e ficou desacordado por cerca de 2min.
Acordou, viu onde estava, lembrou do que tinha que fazer, e fez.
Terminou a etapa em 38º, apenas 19min depois do líder!

E se ontem houve dança de cadeiras, hoje o rítimo da dança foi mais agitado ainda!
O trajeto de 542km de especial estava assim dividido:
DSS 0
WP1 33.2
WP2 121.5
WP3 135.4
WP4 170.1
WP5 217.1
WP6 165.6
WP7 346.0
WP8 398.7
WP9 410.8
WP10 418.9
WP11 460.9
WP12 502.8
ASS 542.0

Começou com Ivan Jakes da KTM n°16 que deu meia volta logo depois da largada. Imaginou que iria aguentar a lesão nos ligamentos do joelho direito mas os primeiros metros lhe mostraram que não.


Rubén Faria vinha recuperando tempo, passou em 6° no WP8 e tomou um tombo que lhe causou uma fratura no punho. Foi removido para um hospital e deu adeus a este Dakar.


Mas as nuvens negras estavam mesmo sobrevoando Joan Barreda.
O espanhol parou a altura do Km 203, logo depois do CP3 com problemas mecânicos.
1h e meia depois, graças a ajuda de Paolo Ceci, foi possível retomar, mas não foi muito longe.
Perto do Km 250 parou outra vez, aparentemente aora o problema foi elétrico.
Alcançado novamente por Ceci o jeito foi seguir rebocado pelo comanheiro.

Segue uma retrospectiva dos resultados de Barreda.
2015: 17º com 3 vitórias de etapa - HONDA
2014: 7º com 5 vitórias de etapa - HONDA
2013: 17º com 4 vitórias de etapa - HUSQVARNA
2012: 11º com 1 vitória de etapa - HUSQVARNA
2011: Estreante com abandono na 2ª etapa - APRILIA

A última notícia que se tem dele é uma passagem junto com Ceci pelo CP4/WP10, Ceci em 102º e Barreda em 103º, separados por uma corda.

Para os 10 primeiros a etapa terminou da seguinte forma, sem contar eventuais penalizações:
1 - PRICE (AUS)
2 - WALKNER (AUT)
3 - GONÇALVES (PRT)
4 - SVITKO (SVK)
5 - RODRIGUES (PRT)
6 - QUINTANILLA (CHL)
7 - ARANA (ESP)
8 - BRABEC (USA)
9 - BOTTURI (ITA)
10 - VILADOMS (ESP)

Com estes resultados a classificação geral mudou um pouco...
1 - GONÇALVES
2 - PRICE +00:00:35
3 - WALKNER +00:02:50
4 - SVITKO +00:05:17
5 - QUINTANILLA +00:15:10
6 - RODRIGUES +00:20:12
7 - BENAVIDES +00:21:04
8 - MEO +00:23:02
9 - DUCLOS +00:26:09
10 - PEDRERO GARCIA +00:27:17

Nitidamente os 4 primeiros vão se descolando dos demais.

Off-Topic
Quem acompanha este blog sabe que não se fala de carros, quads ou caminhões no Dakar, mas falar de Marcelo Medeiros é uma questão de cidadania.
Este ano temos 4 equipes brasileiras na categoria carros, nenhum brazuca nos caminões, Jean de Azevedo nas motos e o estreante Marcelo Medeiros nos quads.


Bi-campeão do Rally dos Sertões o maranhense estava em segundo na classificação geral, 11min atrás de Ignacio Casale - campeão em 2014, 2º em 2013 e 4º em 2012 - e 3min na frente do argentino Alejandro Patronelli - 2º em 2010, 1º em 2011 e 2012.
Isso é um feito e tanto!
Infelizmente Marcelo caiu logo no início da etapa e quebrou a clavícula, mas ficou claro que desponta uma nova promessa brasileira no Dakar.

Seguimos acompanhando!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Dakar 2016 - de las Termas de Río Hondo a San Salvador de Jujuy

Olá pessoal!

Mais etapas canceladas por causa das chuvas.
É o tal "El niño godzila" fazendo estragos também no Dakar.

Para lembrar...
Etapa 1 cancelada -227 km
Etapa 2 encurtada -100 km
Etapa 3 encurtada -114 km

Na etapa de ontem Barreda parece que resolveu mostrar a que veio.
Ele largou 18min depois de Price e soube tirar vantagem dos rastros de quem saiu antes inaugurando o trajeto.
Passou na frente já no WP4 - primeiro cronometrado por causa dos recortes no trajeto - e se manteve com o melhor tempo até o final.
Resultado? Fechou a etapa em primeiro e assumiu a liderança geral também.
Mas... bem depois de encerrada a etapa ele acabou sendo penalizado em 1min por excesso de velocidade, o que fez com que a primeira posição na geral caísse no colo de Svitko

Duclos e Pedrero, pilotos oficiais da Sherco se deram muito bem ontem. Duclos largou en terceiro e teve problemas no início, provavelmente pela falta de referências na pista, pois Price e Faria não serviram de guia, passou em 13º no CP4 e se recuperou fechando em 9º. Joan Pedrero fez a mesma curva. Largou em 9º, passou no CP4 em 19º e recuperou, terminando em 11. Duclos recuperou 43s em relação à etapa anterior, e Pedrero manteve o tempo.
O dia de ontem terminou com a Honda nos 3 primeiros lugares da etapa, e com Svitko segurando uma KTM em 1º na geral.

Esta terceira etapa exigiu muito pouco de navegação. Havia trechos de placas com setas indicando a direção. Com exceção de um atoleiro bárbaro perto do km183, o trecho foi basicamente de estradas bem marcadas.

A etapa de hoje, um "home run" de Jujuy a Jujuy, foi a primeira perna de uma Marathon na qual as motos permanecerão trancadas numa área restrita, sem que os pilotos ou equipes possam fazer qualquer manutenção, ou seja, amanhã as motos irão largar exatamente do mesmo jeito que chegaram hoje.

I thought I read they got 30 minutes to service their bikes before they hand them over to the org. I suppose a wheel swap and oil change will be done.

O argentino Benavides abriu pista seguido por Paulo Gonçalves. Barreda largou em 5º logo depois de Svitko. Esta posição é bastante favorável para Barreda, pois o espanhol largou 12min depois do líder. A sua frente tinha Benavides, 2º na geral e um excelente ponto de referência, Paulo Gonçalves, 4º na geral e companheiro de equipe de Barreda, Meo (?), e Svitko, 1º na geral e mais um excelente ponto de referência, ou seja, Barreda tinha pelo menos 4 boas referências à sua frente, bastando segui-los e encurtar a distância para ganhar tempo e melhorar sua classificação geral.
E assim foi.
No WP1 já tinha o segundo melhor tempo. Passou no segundo WP junto com Svitko, já com o melhor tempo da etapa. Passou 8min depois de Paulo Gonçalves no WP3 e reduziu 14min a diferença de tempo entre seu companheiro. No WP6 Barreda abriu 02:22 sobre Paulo Gonçalves, e de carona todos os demais pilotos.

Terminada a etapa da hoje o resultado foi:
1º Joan Barreda
2º Paulo Gonçalves
3º Rúben Faria
4º Kevin Benavides
5º Toby Price
6º Antoine Meo
7º Michael Metge
8º Farres Guell
9º Ricky Brabec
10º Pablo Quintanilla
As Yamaha de Van Beveren e Helder Rodrigues chegaram em 11º e 15º.
As Sherco de Pedrero e Duclos chegaram em 20º e 22º.
Jean de Azevedo chegou em 35º e Laia Sanz em 52º. Péssimo dia para a espanhola que termonou 2015 em 9º.

A classificação geral ficou assim:
1º BARREDA BORT (ESP) HONDA
2º GONCALVES (PRT) HONDA +00:01:57
3º BENAVIDES (ARG) HONDA +00:04:14
4º SVITKO (SVK) KTM +00:07:19 Penalty 00:01:00
5º FARIA (PRT) HUSQVARNA +00:07:21 Penalty 00:01:00
6º WALKNER (AUT) KTM +00:09:05
7º PRICE (AUS) KTM +00:09:53
8º QUINTANILLA (CHL) HUSQVARNA +00:10:19 Penalty 00:01:00
9º MEO (FRA) KTM +00:12:52
10º DUCLOS (FRA) SHERCO +00:13:08

Ano passado a diferença entre o primeiro e o 10º na final foi de 03:09:09.
Na segunda etapa, a primeira "valendo", a diferença de tempo entre o primeiro e o 10º era de 00:04:30, passou para 00:05:03 ontem e ficou em 00:13:08 hoje. Isso mostra que a medida que a prova avança as coisas vão se consolidando, e normalmente ficam apenas disputas isoladas de posição. Será que este ano vai ser diferente?

Pra ilustrar, Jean de Azevedo tomou um baita tombo na segunda etapa.


Se fosse comigo já dava uns 50 dias de atestado... rsrsrsrs

Seguimos acompanhando!



P.S.
Errou de novo!

Barreda foi penalizado de novo por excesso de velocidade.
A regra é +/- clara.
Se o GPS te dedurar entre 1 e 15kmh acima da velocidade permitida: penalidade de 1 minuto multiplicada pela quantidade "impulsos" mais multa de €100;
Se o GPS te dedurar entre 16 e 40kmh acima da velocidade permitida: penalidade de 2 minutos multiplicada pela quantidade "impulsos" mais multa de €200;
Se o GPS te dedurar a mais de 40kmh acima da velocidade permitida: penalidade de 5 minutos mais multa de €300 pelo primeiro "impulso", 10 minutos mais multa de €500 pelo segundo "impulso", 15 minutos mais multa de €700 pelo terceiro "impulso", 60 minutos mais multa de €1500 pelo quarto "impulso".
Acredito eu que "impulsos" sejam os registros do GPS, gravados a intervalos de 30s, mas se alguém tiver um entendimento mais aprofundado a gente agradece a aula.

Com isso ele perde o primeiro posto na etapa - de novo! - caindo para 4º, e também na geral, - de novo! - caindo para 3º.
Em 2014 ele também foi pemnalizado em 15min na etapa 9 pelo mesmo motivo.
Uma hora ele aprende. É novo ainda...
Mas vamos olhar pelo lado bom?
Amanhã ele sai atrás de Paulo Gonçalves, Rúben Faria e Kevin Benavides, 3 exelentes referências para recuperar tempo.

P.P.S.
Ao constatar o excesso de velocidade o GPS gera um registro, que é o tal impulso, e somente irá gerar outro registro decorridos 150m do primeiro.
Thanks to Daryl and Deadly99 by the class.

P.P.P.S.
O limite de velocidade era 70Kmh e Barreda passou acima de 180Kmh!!!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Dakar 2016 - Começou parado... :(

Olá Pessoal!

Feliz 2016 pra todo mundo!!!

Começou ontem a 38ª edição do Dakar, e começou parada.

136 motos fazem parte da lista de participntes, 71 KTM, 21 Yamaha, 16 Husqvarna, 14 Honda, 4 Suzuki, 3 Sherco, 2 Kawasaki, 2 Beta, 1 Gas-gas e 1 BMW.
A largada da especial estava agendada para as 08h, foi adiada 2 vezes, e por volta das 10h30 foi oficialmente cancelada, e os pilotos percorreram o trecho em comboio até o bivaque em Villa Carlos Paz.
A organização usou algum critério maluco para determinar as posições de largada de hoje. Barreda largou na frente, seguido de Ruben Faria e Helder Rodrigues - Honda, Husqvarna e Yamaha. A pruimeira KTM, de Farres Guell, só aparecia na sétima posição de largada.
Historicamente as primeiras etapas do Dakar não mostram nada de definitivo. As coisas vão se ajeitando e os verdadeiros favoritos só vão aparecer lá pela quinta etapa.

A etapa de hoje previa pistas bem rápidas e com pouca exigência de navegação, SQN!!!


Anunciou-se que seria encurtada pela metade. Dos 450km originais, sobrariam uns 250km divididos em 4 way points, mas parece que esta decisão foi repensada e acabaram sendo cronometrados outros WPs, somando 345km (está confuso de entender...).

Barreda que largou na frente passou em 4º, 6º, 5º, 9º e acabou chegando em 7º, 03min04 atrás de Toby Price, que largou em 16º e passou com o melhor tempo já no primeiro WP, passou em segundo no 6º e 7º WP mas terminou na frente com tempo de 03:46:24. Ruben Faria largou com a Husqvarna logo atrás de Barreda, passou em 7º no WP1 e em 1º no WP6, terminou apenas 2 segundos atrás de Price mas sofreu uma penalização de 1min, mesmo assim, permaneceu em 2º.
Helder Rodrigues não foi bem. Largou em 3º e terminou em 13º, a 07:18 do líder.
Casteu chegou em 14º e Laia Sanz em 21º, ambos com 1min de penalização.

Entre as 10 primeiras, 3 KTM, 3 Honda, 2 Sherco e 2 Husqvarna. Amanhã serão 314Km de especial cronometrada com exigências mais altas de navegação.

Eu realmente acredito que este ano acaba o reinada da laranja austríaca, resta saber quem vai levar os louros e passar para a história por haver quebrado o reinado de 14 anos, o mais longo da história do Dakar. Sherco e Husqvarna nunca ganharam... quem sabe...

Até amanhã pessoal.