segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Dakar 2016 - Finito!!!

Olá pessoal!

Acabou!
Toby Price, em sua segunda participação no Dakar, conquistou seu primeiro título, e o 15º para a austríaca KTM.
O australiano de 28 anos, que aos 15 já era campeão australiano em 2 categorias, profissionalizou-se em 2004 assinando com a Kawasaki, parceria mantida até 2010, quando, já com vários títulos assinou com a KTM e conquistou 5 títulos do AORC - Australian Off-Road Championship.

A largada da última etapa entre Villa Carlos Paz e Rosario também trouxe novidades em relação aos anos anteriores: A ordem de largada foi invertida em relação à classificação geral!
Normalmente o que acontece é que a ordem de largada é estabelecida pela ordem de classificação na etapa anterior.
Esta inovação fez com que o peruano Oswaldo Burga, 84º (último) na classificação geral da 12ª etapa, abrisse pista na etapa final, e Toby Price, primeiro colocado, fosse o último a largar.
Isso pode gerar um pouco de confusão, mas já nos tempos verificados no primeiro WP as coisas voltam ao normal. Quintanilla passou com o melhor tempo, seguido por Kevin Benavides e Helder Rodrigues, os 3 que disputavam o último espaço no pódio. Mas não houve mudança, e o chileno conseguiu segurar a 3ª colocação e o primeiro pódio para a Husqvarna.

Com este resultado a Husqvarna se inclui no seleto grupo de fabricantes que algum dia conquistaram um lugar no pódio do Dakar, são eles: KTM, Honda, Yamaha, Cagiva, BMW, Susuki, Aprilia, Barigo e Husqwarna.

Alguém pode perguntar... Barigo? O que é isso?

A Barigo foi uma fábrica francesa que fechou as portas em 1997. Grégoire Verhaegue correu o Dakar com uma BARIGO 500 e levou a moto de n°57 até o final, conquistando o terceiro lugar, atrás de Cyril Neveu e Philippe Vassard, ambos de Honda.

Voltando ao ano de 2016...

Fazendo um comparativo com os últimos 3 anos tivemos menos compatidores;
2013 - 183
2014 - 174
2015 - 160
2016 - 136
Mais da metade (61%) das motos terminaram o Dakar.
Apesar de tudo, as mecânicas estão resistindo mais. Este anos entre as top 20 houve apenas uma troca de motor, em 2015 foram 6 mesmo cruzando o salar, em 2014 10 e em 2013 foram 9.
Apesar de diversos fatores, seja a organização limitando o tamanho dos motores, seja o ingresso de equipes oficiais de outros fabricantes, a KTM ainda impera com folga. Este ano mais da metade das motos inscritas são KTM, e se você quiser terminar um Dakar, prefira uma KTM, pois este ano 76% delas chegaram ao final, contra 50 e 52% de Honda e Yamaha.
Mesmo com todo o oba-oba dos fabricantes, desde 2013 este ano foi o menor número de Hondas inscritas (14) e também de Yamahas (21).

É preciso reconhecer que os especialistas geralmente vão mais longe do que os generalistas.
A KTM foi fundada em 1934 pelo Sr. Hans Trunkenpolz, natural da cidade de Mattighofen, uma cidade da Áustria 40km ao norte de Salzburgo.
Kraftfahrzeuge pode ser traduzido por "veículo motorizado" ou "veículo tracionado por motor".
A marca KTM vem de Kraftfahrzeuge Trunkenpolz Mattighofen e começoe a fabricação de motocicletas em 1953, produzindo 3 unidades por dia.
Em 1955 Ernst Kronreif virou acionista da empresa e KTM passou a significar Kronreif Trunkenpolz Mattighofen.
Foi o primeiro fabricante a produzir um motor refrigerado a água para motos, o primeiro a usar freios a disco nas duas rodas, e também a inovar na suspensão traseira com o PDS (Linkless Suspension System).
Já na sua primeira participação em competições, em 1953 no 5º Gaisberg competition, chega em primeiro, segundo e terceiro lugares.
Em 1956 ganha o ISDE (Copa do Mundo de Enduro).
Em 1964, após um período de crise, volta às competições com uma equipe de fábrica e já em 1967 ganha 3 etapas do ISDE.
Em 1974 o portifólio contava com 42 modelos diferentes, e no mesmo ano torna-se campeã do mundial de motocross na categoria 250cc, feito repetido no ano seguinte.
Sua primeira aparição no Dakar foi em 1983. Em 1984 Ciro De Pétri conduziu uma KTM, mas abandonou.
Os primeiros motores 4 tempos para motos de série, já com refrigeração líquida, chegaram ao mercado em 1987.
Em 1992, depois de passar por reformulações administrativas, a KTM dá foco a um novo conceito chamado "Hard Enduro", que mistura endurance (provas de longa duração) com trials (escalada de pedras) e motocross.
E em 1993 o Hard Enduro vira Rally, inaugurado com vitória no Rally Atlas.
Em 1995 ganha o Master Rally e o Rally da Tunísia, iniciando a produção em série do revolucionário motor LC4, levou o título de Campeã Mundial de Motocross 500cc e incontáveis vitórias em competições de Enduro e Rally. Jordi Arcarons chegou em 2º e Carlos Sotelo em 3º no Dakar, e das 30 melhor classificadas, 17 eram KTM, em 1997 este número sobe para 19e em 1998 para 22.
Em 1999 a KTM vence seis Campeonatos Mundiais.
Era questão de tempo, e a vitória no Dakar veio em 2001 em dose quíntupla com Fabrizio Meoni, Arcarons, Gavardo, Pujol e Cox, e de lá pra cá não parou mais.
O produto KTM é para motocross (10 modelos), Enduro/Rally (16 modelos), as demais categorias contam com apenas alguns modelos.

Então é o seguinte, por muuuuuuito tempo ainda vamos ver estas motos alaranjadas povoando o mundo do Dakar.

Até o próximo!

Nenhum comentário: