Não é que Marc tenha somente 4 dedos na mão esquerda, não é isso não, acontece que agora ele é tetra-campeão do Dakar!
Esta foi a pose que Marc escolheu para marcar sua vitória em 2014.
Este espanhol nascido em 07 de Outubro de 1976 na pequena Avilá, na Catalunha, fechou sua 11ª participação no Dakar no posto mais alto do pódio.
Até a etapa 5 seu principal rival foi Barreda e sua Honda, mas depois do dia de descanso o obstáculo a ser vencido foi uma gripe, febre e antibióticos. Quem assistiu entrevistas de Coma nestes dias viu que ele estava até afônico.
Mas a verdade é que Coma administrou muito bem a competição, não cometeu erros de navegação, não sofreu avarias na moto e conseguiu vencer tanto Barreda quanto o resfriado, levando a KTM à sua 13ª vitória CONSECUTIVA no Dakar, conquista que a Yamaha vai precisar de pelo menos mais 4 anos e muuuuuito investimento para alcançar.
Cheguei a apostar na vitória de outro fabricante, mas não acertei esta previsão. a KTM não só ganhou mais uma vez como levou também o segundo lugar com Jordi Viladoms, melhor colocação deste piloto em sua história no Dakar..
Lembrem que Viladoms iria correr de Gas-Gas, inclusive é esta informação que consta na ficha do piloto da página oficial do Dakar, mas foi recrutado pela KTM em virtude do falecimento de Curt Caselli, que foi homenageado no pódio.
Junto com Coma e Viladoms foram 29 KTMs a terminar o Dakar contra 16 Honda, 18 Yamaha, 3 Speedbrain (BMW), 2 Sherco, 5 Gas-Gas, 2 Kawasaky, 1 Husqvarna outra Suzuki e outra Beta.
45% das motos que largaram chegara ao final, e entre elas algumas boas surpresas com pilotos conquistando suas melhores posições, como Olivier Pain, o francês que levou a Yamaha ao terceiro lugar, Joan "Dinamite" Barreda - porque não?! - que liderou até a quinta etapa, teve inúmeros problemas mecânicos e quedas, e conseguiu vencer 5 etapas terminando seu 4º Dakar em 7º, David Casteu, que já correu de Cagiva, voltou aos top10, e a bela Laia Saiz superou todas as expectativas terminando na 16ª posição, nunca uma mulher terminou o Dakar em uma posição tão boa quanto esta.
Num balanço e análise geral fica cada vez mais claro que existem 2 Dakares.
Um deles é aquele com alma, totalmente embriagado e imerso no mais autêntico espírito de aventura, superação e fraternidade, repleto de histórias fantásticas que fortalecem dada vez mais estes atributos e inspiram novos heróis anônimos.
Outro é o negócio Dakar, um negócio francês, que de forma antagônica inspira pessoas a se afastarem decepcionadas.
Rafa Tibau, experiente piloto de caminhões do Dakar dos anos 90 declarou no programa Teledeporte da TV espanhola que por várias vezes presenciou situações em que a organização privilegiava e beneficiava pilotos franceses, citando casos em que o pessoal dos pontos de controle passava indicações do percurso somente aos pilotos franceses. Tivemos o caso que comentei aqui envolvendo uma troca de motor feita de maneira totalmente irregular por FDP Despres que passou impune, e este ano tivemos também as declarações de Nani Roma. O Piloto espanhol que terminou em primeiro nos carros protagonizou um perrengue envolvendo Stephane Peterhansel e Sven Quandt diretor da equipe Mini X-Raid. Um monte de informações desencontradas sobre ordens que o diretor da equipe teria dado aos pilotos terminaram em declaração de Nani Roma dizendo que "... en esta carrera depende del apellido que tengas tienes más valor en todo y seguro que al señor Etienne Lavigne le toca las narizes que Nani Roma esté lider, le gustaria más otro... te digo y me repito, seguramente con otro apellido seria diferente las cosas."
É isso pessoal!
Continuamos acompanhando sempre todos os movimentos deste que, mesmo com suas facetas não tão agradáveis, ainda é uma aventura off-road de motos que encanta muita gente.
Obrigado aos que me deram a alegria e privilégio das visitas.
Até o próximo!
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