Olá pessoal!
Um de nossos objetivos na última viagem foi rever pessoas queridas que temos no Uruguay, refrescar a memória do paladar com alguns sabores daquela terra, e, é claro, conhecer gente nova e provar novos sabores.
Pois conseguimos tudo isso!
E com fartura!
Num post anterior eu já falei do "queque", aquele bolinho que reencontrei no almoço entre Rio Grande e Chui.
O lugar onde comemos é conhecido como "Vila da Quinta" por alguns, e "Povo Novo" por outros. O nome mais antigo desta localidade, situada a meio caminho entre Pelotas e Rio Grande, é Povo Novo da Torutama.
Martin Afonso de Sousa, acompanhado de seu irmão Pero (Pedro) Lopes de Sousa, no ano de 1530, foram os primeiros a se aproximarem da região. Passaram ao largo pelo canal de desague da Lagoa dos Patos, e julgando tratar-se de um rio, Martin afonso batizou-o Rio de São Pedro, em homenagem ao irmão. Na cartografia espanhola da época, o desague é chamado de Rio Grande, e com o passar doa anos, os nomes se misturaram e passaram a identificar toda a região: São Pedro do Rio Grande, ou Rio Grande de São Pedro.
A cidade de Rio Grande, situada na margem esquerda, ou sul, de quem entra na lagoa, teve origem na Comandância Militar de São Pedro (1725) e no fortim Jesus-Maria-José, erguido pelo tropeiro Cristóvão Pereira e pelo capitão-geral José da Silva Pais (1737). E por volta de 1761, por iniciativa do coronel Elói Madureira, naquela época à frente da comandância, funda-se o arraial do Povo Novo da Torutama.
Aproveitando a pincelada de história... São José do Norte foi fundada (se é que pode-se dizer) antes de Rio Grande, e naqueles tempos, era conhecida somente por Norte, justamente por ficar ao norte da barra da lagoa. Nos mapas daquela época, a cidade de Rio Grande é nomeada "São Pedro", e São José do Norte... Norte.
Mas voltemos ao Queque...
Na é poca das charqueadas, do Brasil colônia, e do Império, a região de Pelotas e Rio Grande era muito rica. A produção de charque e o escoamento deste e de outros produtos pelo porto faziam muito dinheiro, e passou a ser um luxo comum entre os grandes da época, mandarem seus filhos aos estudos na Europa. E a gurizada voltava de lá com hábitos e costumes diferentes. Dizem que a fama dos filhos de Pelotas tem origem nestes fatos. Por haver muita gente naquela cidade falando "estranho", com modos e modas também "estranhas", vestindo roupas ainda mais "estranhas", mas principalmente por causa dos costumes meio afrescalhados aos olhos de quem passava a vida no meio de bois e cavalos, é que criou-se a fama da cidade.
E o nosso Queque é prova disso!
Não da fama da cidade, mas de que muita gente saia daquela região para "criar cultura" na Europa.
"Queque" é uma contração aportuguesada (se é que isso existe!) de Cake (bolo, em inglês). E realmente em alguns lugares o Queque de Pelotas é conhecido e chamado de "Bolo Inglês".
Pronto!
E900 na Estrada também é cultura!
Logo logo falamos de outro sabor...
Até o próximo!
3 comentários:
Muito legal o post!
(tira as letrinhas, não somos robôs)
Também não sou um robô. Posso provar isso dizendo que fiquei com vontade de comer um queque.
Olá
São duas localidades -- Quinta e Povo Novo, distantes uns 15km uma da outra. Quinta é exatamente onde começa a 471, rumo ao Chuí. Boas viagens!
João Reguffe
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