quarta-feira, 30 de maio de 2012

Uruguay - Sabores&Pessoas

Olá pessoal!

                    Um de nossos objetivos na última viagem foi rever pessoas queridas que temos no Uruguay, refrescar a memória do paladar com alguns sabores daquela terra, e, é claro, conhecer gente nova e provar novos sabores.
                    Pois conseguimos tudo isso!
                    E com fartura!

                    Num post anterior eu já falei do "queque", aquele bolinho que reencontrei no almoço entre Rio Grande e Chui.


                    O lugar onde comemos é conhecido como "Vila da Quinta" por alguns, e "Povo Novo" por outros. O nome mais antigo desta localidade, situada a meio caminho entre Pelotas e Rio Grande, é Povo Novo da Torutama.
                    Martin Afonso de Sousa, acompanhado de seu irmão Pero (Pedro) Lopes de Sousa, no ano de 1530, foram os primeiros a se aproximarem da região. Passaram ao largo pelo canal de desague da Lagoa dos Patos, e julgando tratar-se de um rio, Martin afonso batizou-o Rio de São Pedro, em homenagem ao irmão. Na cartografia espanhola da época, o desague é chamado de Rio Grande, e com o passar doa anos, os nomes se misturaram e passaram a identificar toda a região: São Pedro do Rio Grande, ou Rio Grande de São Pedro.
                    A cidade de Rio Grande, situada na margem esquerda, ou sul, de quem entra na lagoa, teve origem na Comandância Militar de São Pedro (1725) e no fortim Jesus-Maria-José, erguido pelo tropeiro Cristóvão Pereira e pelo capitão-geral José da Silva Pais (1737). E por volta de 1761, por iniciativa do coronel Elói Madureira, naquela época à frente da comandância, funda-se o arraial do Povo Novo da Torutama.
                    Aproveitando a pincelada de história... São José do Norte foi fundada (se é que pode-se dizer) antes de Rio Grande, e naqueles tempos, era conhecida somente por Norte, justamente por ficar ao norte da barra da lagoa. Nos mapas daquela época, a cidade de Rio Grande é nomeada "São Pedro", e São José do Norte... Norte.

                    Mas voltemos ao Queque...


                    Na é poca das charqueadas, do Brasil colônia, e do Império, a região de Pelotas e Rio Grande era muito rica. A produção de charque e o escoamento deste e de outros produtos pelo porto faziam muito dinheiro, e passou a ser um luxo comum entre os grandes da época, mandarem seus filhos aos estudos na Europa. E a gurizada voltava de lá com hábitos e costumes diferentes. Dizem que a fama dos filhos de Pelotas tem origem nestes fatos. Por haver muita gente naquela cidade falando "estranho", com modos e modas também "estranhas", vestindo roupas ainda mais "estranhas", mas principalmente por causa dos costumes meio afrescalhados aos olhos de quem passava a vida no meio de bois e cavalos, é que criou-se a fama da cidade.
                    E o nosso Queque é prova disso!
                    Não da fama da cidade, mas de que muita gente saia daquela região para "criar cultura" na Europa.
                    "Queque" é uma contração aportuguesada (se é que isso existe!) de Cake (bolo, em inglês). E realmente em alguns lugares o Queque de Pelotas é conhecido e chamado de "Bolo Inglês".

                    Pronto!
                    E900 na Estrada também é cultura!


                    Logo logo falamos de outro sabor...



Até o próximo!

3 comentários:

Retalho de Lua disse...

Muito legal o post!
(tira as letrinhas, não somos robôs)

pauloheman disse...

Também não sou um robô. Posso provar isso dizendo que fiquei com vontade de comer um queque.

Anônimo disse...

Olá
São duas localidades -- Quinta e Povo Novo, distantes uns 15km uma da outra. Quinta é exatamente onde começa a 471, rumo ao Chuí. Boas viagens!
João Reguffe