O mineiro Felipe Zanol corre o Dakar 2012 pilotando uma KTM com plate 28.
Por estes dias ele está ao sol de Florianópolis domando a moto nova em uma região de dunas, e em meados de Dezembro vai para o interior de São Paulo finalizar o treinamento.
Outra coisa com a qual ele está tentando se familiarizar é com o sistema de navegação utilizado no Dakar, que tem várias particularidades, se comparado, po exemplo, ao Rally dos Sertões.
Na moto você deve ter obrigatóriamente o aparelho no qual vai o roadbook.
O roadbook propriamente dito é um rolo de papel que os pilotos recebem na noite que antecede cada etapa, com todas as indicações do percurso.
É comum o pessoal gastar boa parte da noite de sono analisando e fazendo anotações no roadbook. Como é permitodo aos pilotos usarem mapas cartográficos, e o trajeto traçado no roadbook é apenas sugerido e não obrigatório, pois obrigatório mesmo é alcançar os waypoints, é comum eles efetuarem várias anotações e marcações, e mesmo algumas alterações no roadbook. Um detalhe importante é que eles não podem usar mapas com imagens de satélite.
Além do roadbook as motos devem estar equipadas obrigatoriamente com um aparelho chamado iritrack, que é um localizador via satélite, e é este aparelho que nos permite acompanhar pelo site a localização e passagem dos pilotos pelos WP. É obrigatório ainda o uso de um GPS específicado pela organização, um hodômetro mecânico, e um hodômetro baseado em GPS. Opcionalmente ainda pode-se instalar um segundo hodômetro baseado em GPS, uma bússula, e um repetidor CAP. Na prática todo mundo usa os opcionais todos, e o painel fica mais ou menos assim:1 - antena do Iritrack
2 - antena do repetidor CAP
3 - antena do GPS
4 - hodômetro por GPS (trip)
5 - repetidor CAP
6 - roadbook
7 - segundo hodômetro por GPS
8 - suporte para o GPS
9 - botões de controle do primeiro hodômetro trip
10 - botões do segundo trip
11 - amortecedor do guidão
Abaixo um exemplo de roadbook
Vamos tentar interpretar?
À esquerda, o número grande representa o total de kilometros.
O número pequeno ainda à esquerda é a distância para o próximo ítem.
No meio fica a representação gráfica do trajeto a ser feito, com as indicações particulares a este ponto do trajeto (poste, ponte, rio, rampa, etc.).
O início, em termos de distância, de toda a sinalização fica sempre no centro e abaixo da figura, muitas vezes sinalizado com um ponto.
À direita ficam várias notações e códigos que reforçam o próprio desenho e passam outras informações, entre elas, a direção a ser usada na bússula CAP (Ex. C310, C220, ...).E ainda à direita aparecem informações "codificada", tais como TD (siga em frente), RLT (diminua a velocidade), etc.
Fácil não é!
Imagine isso rodando a uma média perto de 100kmh...
É meu amigo, o negócio não é pra principiantes.
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