quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Dakar 2013 - Resumo

Olá pessoal!

Como sempre, ao final de cada Dakar costumamos fazer uma análise geral e considerar edições anteriores.
Como todos já sabem, este ano o pódio do Dakar foi formado por Cyril FDP Despres, Ruben Faria e Chaleco Lopez.

É a quinta vitória do francês, o que o deixa a um passo de igualar a marca de seu compatriota Stéphane Peterhansel, que durante sua participação nas motos, isso nas décadas de 80 e 90, venceu 6 vezes (91, 92, 93, 95, 97 e 98).
Chegaram 125 dos 196 que largaram, ou seja 64% dos pilotos completaram a aventura.
Isso é relevante?
No primeiro Dakar em continente americano (2009) o percentual era de 53%, e 54% nos últimos anos de África.
Menos acidentes? Menos motos quebradas? Não sei ao certo.

O que me parece muito claro é que quem pilota numa equipe, com um bom Manager, tem muito mais condições de concluir um Dakar, e também melhores condições de conseguir uma boa colocação.
Basta observar o que aconteceu com Barreda na quinta etapa, quando ele perdeu mais de 3h por causa de uma bomba de combustível. Outras Husqvarna passavam por ele sem prestar qualquer auxílio.


Mais uma coisa que também ficou evidente é que a colocação obtida nas etapas tem muito pouca importância se comparada ao tempo, ou seja, o Dakar é vencido com bons tempos e não com conquista de primeiros lugares em etapas.
Manter-se com tempos próximos de quem está na frente, e saber o momento adequado para "dar um passo mais largo" é, de maneira simplista, a receita do bolo.
Os 5 primeiros colocados nunca estiveram a mais do que 00:50:00 do primeiro colocado na geral.
Se considerando os 10 primeiros isso sobe para 01:41:40.
E quando os tempos pesam, as penalizações assumem importância maior.
Entre os 10 primeiros, metade deles somou penalização de 15min, por causa de haverem trocado o motor, e considerando que a diferença média entre uma posição e outra entre os 10 primeiros foi de 00:08:05, 15 min são preciosíssimos.
É interessante notar também que em anos anteriores a troca de motor era mais comum. Em 2012 apenas 1 entre os 10 primeiros não fez a troca. É claro que este este ano a estratégia foi motivada pela troca forçada que FDP Despres fez na sétima etapa.
E de fato quem trocou acabou prejudicado. Chaleo Lopez trocou na penúltima etapa e perdeu a segunda posição. Helder Rodrigues também ganharia uma posição se não houvesse feito a troca, da mesma maneira que Paulo Gonçalves.
É provável que nas próximas edições seja mais comum a estratégia de não trocar.
O que é positivo, considerando o espírito de aventura e a necessidade de um equipamento que aguente todo o esforço e desgaste do Dakar sem exigir manutenções relevantes como a troca de um motor.
A preparação das motos deve considerar muito a estabilidade, confiabilidade e resistência de todos os componentes.
Barreda, que perdeu horas por causa de uma bomba de gasolina, é um bom exemplo disso. Não fosse o tempo perdido com o problema mecânico ele seguramente estaria brigando pelo pódio.

Se formos falar de fabricantes, apesar de sensíveis evoluções na concorrência, a KTM continua intocável.
Desde 2001 só cedeu um lugarzinho no pódio para outro fabricante por 4 vezes.
Dadiv Fretigne de Yamaha foi terceiro em em 2009;
Chaleco Lopez de Aprilia também foi terceiro em 2010;
e Helder Rodrigues de Yamaha foi terceiro em em 2011 e 2012.

Neste ano tivemos uma equipe oficial da Honda, formada por Helder Rodrigues, Javier Pizzolito e Johnny Campbell (Zanol ficou de fora...), da Huskvarna, com Joan Barreda, Paulo Gonçalves, Alessandro Botturi e Matt Fish, e da Gas Gas com Laia Sanz, Marc Guasch e Miguel Puertas.
Equipes oficiais sempre contam com melhores condições, e podem competir em igualdade com a KTM no que tange a equipamento e assistência.

É isso ai.
Lamentamos a ausência de Felipe Zanol, que segue em tratamento na Califórnia) e Marc Coma, e os problemas enfrentados por Barreda, Casteu e Laia Sanz.
Acho que o Dakar seria OUTRO se não fosse isso.

Vamos aguardar 2014.
Será que o Brasil vai ser incluído no trajeto?

Até o próximo!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Dakar 2013 - quase no fim...

Olá Pessoal!

Hoje foi o dia de Chaleco Lopez.


O Chileno chegou na frente nesta penúltima etapa com tempo de 03:44:54, 05:25 na frente de FDP Despres, o que lhe deixou no segundo posto na classificação geral, 08:15 atrás do francês.
Fica tudo para a última etapa, mas é bastante difícil, visto que Chaleco tem o ônus de largar na frente, sem trilhas nem referências, o que exige muito da navegação, e vai seguido por FDP Despres, cujo principal objetivo é simples: manter-se a menos de 8min de Chaleco.
A esta altura então, FDP Despres deve quase que somente administrar a etapa, e contando ainda com a assistência de Ruebm Faria.

A etapa de amanhã tem 346km cronometrados, mas que se resumem a pouco mais de 100.
Explico.
Os pilotos irão sair de La Serena às 05h45 para percorrer um enlace de 121km e iniciar às 07h35 a primeira parte cronometrada, de uns 100km, com 3 PCs. Depois o cronômetro pára e eles percorrem +/- uns 200km. Depois disso tem mais uns 30 ou 40km cronometrados , e acabou, restando somente um enlace de uns 90km até o Palácio de la Moneda, na capital - Santiago.
Com uma especial tão curta, tendo FDP Despres grudado na sua cola, e em um terreno de enduro (nada de dunas), fica muito difícil para Chaleco Lopez abrir 8min em relação ao lider.
Mas... quem sabe...
Você torce comigo?


PS.
Tem um zum-zum por ai dizendo que FDP Despres estaria assinando contrato com a Honda.
Será?


Até amanhã.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Dakar 2013 - continuação 6

Olá pessoal!

O destaque de hoje chama-se Laia Sanz.


N último post dizíamos que ela chagou no acampamento às 50h da manhã rebocada por Miguel Puertas, e não figurava na lista dos que disputavam a 10 etapa.
Pois ela continuou sim!

Depois de haver sido rebocada por mais de 400km (QUATROCENTOS QUILÔMETROS!!!), e sem dormir nada, pois gastou as poucas horas que tinha no trabalho de trocar seu motor, a espanhola iniciou a 10 etapa logo depois das 08h da manhã, seguida de perto por seu mochileiro Miguel Puertas, a quem se deve todos os méritos e também os mesmos elogios, pois muito mais cansativo do que ser rebocado, é rebocar alguém por 400km.

O que me encanta no Dakar é justamente o espírito de aventura e solidariedade no qual ele está imerso.
Ano a ano persistem cenas que renovam este espírito.
Seguramente, a maioria dos pilotos que largaram em Lima tinha como principal objetivo chegar ao Palácio de la Moneda em Santiago. Estes entram na competição ungidos com este espírito de solidariedade e aventura a que me refiro.
São os amadores, que como a própria palavra expressa, sobem na moto e enfrentam os desafios por paixão. E tem coisas que somente se justifica pela paixão.
E é claro que existem aqueles para os quais o Dakar não é aventura nenhuma, mas sim uma competição.
São profissionais e vivem disso.
E não quero com isso dizer que estes profissionais estão despidos de amor ou paixão pelo que fazem.
Mas é diferente.
A motivação é outra.
Os valores são outros.

Chega de filosofar e vamos aos dados e fatos.

Depois dos problemas de Casteu, Rubem Faria tinha terminado a 10ª etapa em primeiro, 05:23min na frente de FDP Despres, e 09:03 de Chaleco Lopez.
A etapa de ontem, 11ª, foi vencida por Kurt Caselli com tempo de 02:55:01, seguido por Paulo Gonçalves e FDP Despres.
Como bom mochileiro, Faria posicionou-se atrás de FDP Despres, e a classificação geral está liderada por FDP Despres, 13min06 a frente de Ruben Faria, e 18min08 de Chaleco Lopez.

Laia Sanz fez o 25º tempo na etapa, e Jean de Azevedo o 72º,

A etapa de hoje, que pode se considerar a penúltima visto que a 14 é quase um deslocamento, encara 319km de especial em pleno Atacama. Se for para Chaleco Lopez ocupar a primeira posição na geral, o dia é hoje!

Vamos acompanhar.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Dakar 2013 - continuação 5

Olá pessoal!

Poia é... quem apostou comigo perdeu. FDP Despres ficou só com 15min de penalização.

David Casteu, que vinha bem e com chances reais deu azar mais uma vez.
Uma vaca.
Na altura do km210 da especial Casteu bateu a quase 120km/h em uma vaca, tomou um tombo feio e um traumatismo no ombro, além de problemas na moto. Perdeu quase 2h10 e acabou em 113° na etapa, e 21° na geral.
No final da etapa um repórter pergunta "E agora? O que você vai fazer?"
Resposta: "Não sei."
Realmente uma pena.
Ai está um piloto que, pela competência e por toda sua história no Dakar, merecia a vitória.
Lembram que em 2004 ele terminou em 31° com 3 costelas quebradas?
Infelizmente Casteu abandonou o Dakar.


Olivier Pain também teve inúmeros problemas nesta etapa, que terminou em 26°, o que lhe empurrou para a 6 posição na geral.

E Chaleco Lopez também não foi muito bem. Perdeu uns 10min depois de ter saído da pista e batido em uma cerca de arame, da qual só saiu com ajuda de Gerard Farrés. Terminou a etapa em 10° mas mesmo assim subiu para 3° na geral.

A chilena Josefina Gardulski abandonou o Dakar depois que sua moto incendiou.

Laia Sanz só chegou no acampamento às 05h07 da manhã! Teve muitos problemas com o motor, e só terminou a etapa com ajuda de Miguel Puertas, seu mochileiro. Não está na lista dos 93 que largaram hoje, e parece que o Dakar 2013 acabou para ela também.


Parece até o programa do Datena... só desgraça! rsrsrsrsrsrs

Mas para compensar um pouco, Jean de Azevedo chegou em 25°, e subiu para 28° na geral.

Esta etapa exigiu muito pouco de navegação, pois quase todo o trajeto estava sinalizado por uma fita. O negócio era acelerar fundo e não perder a fita. Obviamente que quem estava na frente se beneficiou muito.

Eis alinha de tempo para os 5 primeiros:


Em declaração ontem, Rubem Faria disse que seu objetivo no Dakar 2013 continua sendo ajudar FDP Despres a ganhar mais uma vez.

A etapa de hoje está em curso.

Vamos acompanhar!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Dakar 2013 - curiosidade #1

Olá pessoal!

Alguém já viu rodando por ai uma Bultaco Pursang 1978?


Não?
Mas a Bultaco você conhece não é?
Também não?

Somos 2.
Pesquisando por ai eu descobri o seguinte...
Os espanhóis Pere Permanyer e Francisco Xavier Bultó Marqués, o "Don Paco", fundaram em 1944 uma fabrica de motocicletas chamada Montesa. No início dos anos 80 foram comercializadas motos desta marca no Brasil.

Descontente com a decisão dos sócios em abandonar as competições, Don Paco deixolu a sociedade e fundou a Bultaco em 1958, com sede em Barcelona.


Conquistou 5 campeonatos mundiais e 4 europeus de trial nos anos 70, e continuou viva até o início dos anos 80, quando fechou as portas. A marca foi comprada pela Montesa por determinação do governo espanhol, e em 1999 foi doada para a Derbi, que a resucitou.
Hoje a Bultaco produz apenas acessórios como capacetes, camisetas, relógios e mochilas.
A essência da marca, cujo auge foram os anos 60 e 70, se resume nesta frase:
“Uma Bultaco não tem partida elétrica, pára-lamas cromados, pára-barros, 12 luzes, bagageiro, descanso central, carenagem, pára-brisa, nem mata-cachorro. Tudo que ela tem é um coração, uma alma, e é só o que ela precisa!” – Francisco Xavier "Paco" Bultó

Pois foi justamente com este espírito que o espanhol Jose Ignacio Chivite de 48 anos, apelidado de "Don Quijote", resolveu correr o seu segundo Dakar pilotando a mesma Bultaco Pursang 370cc 1978!



Motor 2 tempos 370cc
43HP a 8000 rpm
1 cilindro
1 carburador
Partida a pedal
PQP!!!

No Dakar cada piloto tem direito a uma troca de motor.
Trocar motor? Isso é para os fracos!
Esse vem funcionando bem a mais de 30 anos!
Trocar pra que?

A organização inicialmente negou sua inscrição, mas por interferência direta de Juan Porcar, um ex-piloto espanhol que faz parte da organização e trabalha no desenho dos percursos, mais uma vez lhe permitiram a aventura.

Nem vou falar mais nada.
Vejam o vídeo da participação dele (com a mesma moto!) no Rally Piramides em 2007.




É uma pena que este ano ele abandonou na terceira etapa.
Mas quem sabe em 2014....

Vamos acompanhar.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Dakar - e agora ASO?

Olá pessoal!

Como comentei ontem, Cyril FDP Despres trocou o motor com Marek Drabowski.
A negociação...

Instalando o motor
Acontece o seguinte, no regulamento do Dakar, art. 7.1 diz o seguinte:
En todas las categorías: el cuadro, el motor y los motores de repuesto. 
La Máquina y el Piloto están asociados con un número de carrera y se identifican con una marcación 
durante las verificaciones técnicas. Estos 3 elementos son indisociables durante toda la duración de 
la Competencia.
Ou seja, o piloto pode ter um estoque completo de peças, e pode usá-las à vontade durante a competição, mas desde que todas elas tenham sido associadas a ele durante a inspeção técnica.
E segue:
Todo fraude constatado y Sector Selectivomente el hecho de presentar como intactas marcas de 
identificación retocadas, lleva también a la Descalificación de Piloto o del equipo que habría ayudado 
o facilitado la realización de la infracción, esto sin prejuzgar sanciones más graves que podrán 
solicitarse a la FMN a la cual pertenece el Piloto o el cómplice. 

Minha humilde interpretação é de que FDP Despres infringiu o regulamento ao usar um motor que não estava tecnicamente, através de marcação específica, assignado a ele. E não só ele, mas o Merek também.

Agora... quanto você quer apostar que não vai dar em nada?

Vamos ver.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Dakar 2013 - continuação 4

Olá pessoal!

Chegamos a metade do Dakar.
O pilotos contabilizam até agora 4373km rodados, sendo 1800 cronometrados.
A etapa de hoje era composta por duas partes, e a primeira delas foi cancelada, ou seja, deixou de ser cronometrada e tornou-se uma "emenda" do deslocamento, e apenas a segunda parte foi cronometrada.
As etapas de ontem e hoje formaram uma "maratona", o que quer dizer que os pilotos não podem contar com nenhuma assistência no acampamento. Eles inclusive acampam em um local diferente e distante dos demais.
Isso complicou ainda mais a vida de Cyril FDP Despres (rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs).
Por problemas mecânicos ontem o francês ficou sem a última marcha, rodando boa parte da etapa somente com 4 marchas.
Ao saírem para um conjunto de etapas em maratona, os pilotos levam um monte de peças sobressalentes, justamente para poderem consertar sozinhos alguma coisa que precise. E tem ainda os mochileiros, aqueles pilotos que praticamente levam sua moto como reserva para o piloto principal, e que em caso de problemas mecânicos, tanto ele quanto sua moto praticamente estão à disposição do piloto principal.
O mochileiro de FDP Despres é Ruben Faria, mas ele terminou a etapa de ontem justamente na frente do piloto principal, e além disso, um problema na caixa de câmbio não é algo simples de consertar.
Se o problema tivesse ocorrido hoje estaria tudo bem, pois normalmente no dia de descanso a maioria dos pilotos, pelo menos os que podem, trocam o motor inteiro, mas ontem... Trocar o motor com Ruben Faria seria um pecado, apesar de que, vindo do FDP não seria de se admirar.
A alternativa encontrada foi trocar o motor com um terceiro competidor.
Eu fico imaginado o FDP circulando no acampamento e perguntando pro pessoal: "ai, meu motor deu pau na caixa de câmbio, fiquei sem a 5ª, você não quer trocar de motor comigo?"
Que situação heim!

Eu mandaria ele pedir pro Paulo Gonçalves. É uma Hunky, mas mesmo assim talvez ele te faça este favor. (kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk)
Marek Drabowski, o polonês que terminou a etapa em 72º foi com quem "deu negócio".
Quanto será que custou heim? (rsrsrsrsrsrsrsrsrs)
Bom, além de fazer a etapa de hoje com um motor já surrado, ele vai acumular uma penalização de 15min.

Casteu na ponta


A etapa de hoje foi vencida por Barreda, que assumiu a ponta no 8º CP e se manteve na frente até o final.
Atrás dele chegaram 4 nomes novos, Campbell, Jakes, Bianchi e Guindani.
Nenhuma KTM.
Elas só foram aparecer a partir da 9ª posição.
O FDP, mesmo com a quinta marche alheia, terminou em 11º.
Os tempos e posições ainda são incertos, pois a organização ainda está tomando algumas decisões que podem alterar resultados. Parece que cancelaram a etapa no 10º CP (km374).
Antes de anunciar resultados o melhor e aguardar, mas as últimas publicações colocam Casteu 9min a frente de FDP Despres, 11 de Ruben Faria, 12 de Chaleco Lopez, e 16 de Pain, mas não está contabilizada a penalização de FDP Despres. Se somarmos 15 min ao tempo dele, ele vai para r depois de Pain.

Il Nonno Picco abandonou ontem com problemas mecânicos, e Jean de Azevedo terminou hoje em 33º na geral.

E as moças?

Este ano somente duas mulheres embelezam as motos do Dakar, a espanhola Eulalia Sainz, a Laia, e a chilena Josefina Gardulski, a Kuki.


Laia vem em seu 3º Dakar, e vem muito bem!
Hoje terminou em 13º na etapa e 30º na geral, e é a segunda melhor classificação de uma moto GAS GAS.

A chilena largou hoje no 140º lugar, mas parece que não terminou a etapa.

É isso ai.
Vamos ver se amanhã o tempo melhora e o Dakar continua normalmente.

Siga acompanhando.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Dakar 2013 - continuação 3

Olá pessoal!

Infelizmente começamos com uma notícia triste.
Foi vítima de um acidente fatal o piloto francês Thomas Bourgin.


Ele chocou-se de frente com uma viatura policial no km 237 do deslocamento antecedeu a etapa de hoje.
Esta fatalidade me faz refletir que nem sempre o perigo está nos lugares mais perigosos. Thomas correu o Africa Race, o rally da Tunísia e do Marrocos, e mais estas 6 etapas do Dakar, e acabou morrendo num "acidente de trânsito".
Que coisa hem...
Curta a vida, pois ela é curta.

O Dakar segue e com surpresas!

Nesta penúltima etapa antes do descanso de Domingo o americano Kurt Caselli, substituto de Marc Coma na equipe oficial da KTM, conquistou sua primeira vitória, chegando 01:23 na frente de Chaleco Lopez.
Cyril FDP Despes terminou a etapa em 34º, 13:08 depois do líder, pois perdeu a quinta marcha. Com isso ele cedeu mais de 10min para Pain.
Chaleco Lopes, David Casteu e Rubem Faria, além de se favorecerem dos problemas de FDP Despres, fizeram uma boa etapa, chegando em 2º, 8º e 5º respectivamente.
Ontem os 5 primeiros estavam assim:
E hoje ficou assim:

Fica fácil de ver que Pain e Lopez andaram exatamente na mesma tocada, enquanto Casteu e Faria perderam mais ou menos o mesmo tempo.

O brazuca Jean de Azevedo chegou em 23º, e ganhou mais uma posição em relação ao dia de ontem, passando para 27º na geral.
Barreda continua recuperando. Terminou em 21º e ganhou 4 posições na geral, terminando em 44º.
Botturi também segue recuperando. Terminou em 10º e passou a 9º na geral.
E por falar em 9º...


Il Nonno Picco vem vindo em seu 20º Dakar. E vem vindo desde 1985, quando correu pela primeira vez e chegou em 3º!
Atualmente com 57 anos, este italiano mostra pra muito "jovem velho" que os anos só pesam pra quem é fraco.
No ano passado ele terminou em 45º mesmo depois do grave acidente ocorrido na terceira etapa, com uma costela e um dedo do pé quebrados.
O Vídeo abaixo traz um resumo de sua participação em 2012, inclusive mostrando o acidente.


Este ano ele também sofreu um acidente no Rally dos Faraós. Foi resgatado de helicóptero para um hospital.


Ontem ele terminou em 82º, mas hoje não apareceu na lista dos que largaram e nem na lista de abandonos, talvez por alguma falha no lançamento de dados por parte da organização... Vamos ver.

Até o próximo!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Dakar 2013 - continuação 2

Olá pessoal!

Depois da tremenda falta de caráter demonstrada por Cyril FDP Despres no ano passado, e com Marc Coma e Felipe Zanol fora da competição, a minha torcida vai mesmo é para que a hegemonia da KTM seja quebrada este ano.

De fato não me parece que a iniciativa da organização do Dakar em limitar os motores em 450cc, justificando que a medida viabilizaria a participação de outros fabricantes, está se mostrando acertada.
É um pouco controverso.
Eu penso que esta limitação não deveria existir. e que o limite deveria ser realmente a técnica do piloto e a capacidade da moto em resistir. Na fase africana era assim, e com trechos cronometrado bem mais longos.
Mas...
Antes destas novas (já não tão novas assim) regras passarem a valer o cenário era o seguinte:
Em 2007, último na Africa, competiram 264 motos, sendo 128 KTMs (49%).
Em 2009 das 113 motos que largaram, 64 eram KTM (57%).
Em 2010 largaram 151 motos, e 78 eram KTM (52%).
Justamente em 2010 é que as novas regras começaram a ser aplicadas, aos poucos, primeiro para os pilotos de ponta, depois vieram os restritores de potência, e finalmente no ano passado "pegou geral".
Em 2011 das 186, 56 KTMs (só 30%).
E no ano passado, das 178, 71 ainda eram KTM (40%)
Este ano, das 175 que largaram, 66 ainda são KTM (38%)
Vamos olhar na linha de chegada as 10 primeiras colocações.
Em 2007 7 KTMs;
em 2009 9 KTMs;
em 2010 6 KTMs;
em 2011 6 de novo;
e no ano passado foram 7.
Se o Dakar terminasse hoje, seriam 5 entre as 10 primeiras.
Mudou alguma coisa?
Sim! Mas é questionável dizer que foi por causa da limitação em 450cc.
Thierry Sabine criou uma aventura, que foi vencida pela primeira vez por Cyril Neveu com um XT500, com uma identidade forte: Desertos, looooongas distâncias, e motos grandes.



Era algo muito diferente de uma corrida de motocross, onde as motos eram menores, mais leves, e a técnica totalmente diferente.
Na minha opinião, esta linha de corte de 450cc, somada a migração para a America do Sul, e as diferenças na construção dos trajetos, vem alterando a identidade do Dakar, que deixa de ser uma aventura, no sentido lúdico da palavra, e passa a ser uma competição, no sentido técnico desta palavra.

Ok... Ok... Eu assumo que tem um pouco de nostalgia nisso.

Mas vamos resumir a etapa de hoje?

Chaleco Lopez!

O chileno largou em 7º e assumiu a ponta depois dos problemas que teve o português Paulo Gonçalves, chegando 2,5min a frente de Rubem Faria.
Boturi chegou em 5º, Pain em 10º e Casteu em 15º.
Na classificação geral, Pain continua na ponta, Casteu perdeu uma posição e cai para 3º, mas só 4min atrás do líder, Chaleco Lopez subiu de 6º para 4º, e Rubem Faria cai para 5º.

É isso ai. Vamos continuar acompanhado.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Dakar 2013 - continuação 1

Olá pessoal!

Vamos abrir o post com um verdadeiro malabarismo protagonizado pelo chileno Patricio Cabrera no segundo dia de rally.

No dia de ontem Barreda venceu de ponta a ponta, mesmo tendo que pilotar com o roadbook manual, ou seja, tendo que rolar o papel "no dedo"!
Joan Pedrero tomou um tombo e ficou desacordado por um tempo. Fish foi quem o encontrou já levantando. O piloto disse não saber como foi a queda e não sabe exatamente quanto tempo ficou desacordado: "só lembro de quando já estava de novo sobre a moto". Precisou ficar completando água até o final, e terminou a etapa em 22º.
A etapa foi vencida por Barreda, seguido de Pain, Casteu, Farres Guell e Helder Rodrigues. 2 Yamaha, 2 Honda e uma Husqvarna. NENHUMA KTM!!!
Será que o reinado vai acabar?
Na geral Pain ficou na frente, seguido de Casteu, FDP Despres, "Dinamita" Barreda, e Viladoms. Somente uma KTM...

Na cobertura feita pela TDP, um canal espanhol, um expectador perguntou a Carlos Sotelo que correu de Cagiva em 95, 97, quando ganhou a etapa 7, e 98, quando ganhou a etapa 10, em que posição ele acredita que seria possível terminar um dakar com uma Cagiva Elefant 900, e a resposta foi "no máximo entre quinto e décimo".

O dia de hoje não foi tão bom para Barreda.
Problemas na bomba de combustível praticamente acabaram com suas possibilidades de pódio, visto que terminou a etapa na 142ª posição, e na geral ficou mais de 3h atrás do líder.
Mas a boa notícia do dia foi a vitória de David Casteu.
Lembram dele?
O francês manteve sua Yamaha na frente de ponta a ponta, e chegou 1min à frente do compatriota Olivier Pain.

A classificação geral ficou assim:
Pain (11:51:29)
Casteu (11:52:44)
FDP Despres (11:57:36)
Ruben Faria (12:05:03)
Viladoms (12:05:05)
Chaleco Lopez vem em 6º e Jean de Azevedo em 29º.

Relaxando depois da vitória...
O comentário geral é que este ano as primeiras etapas estão bem fortes, comparáveis às iniciais do Dakar dos anos 80/90, e que o panorama pode mudar durante a primeira parte chilena da competição, mas perece que com Coma fora, os problemas de Barreda e Chaleco Lopez (infelizmente) o cenário está favorecendo FDP Despres.

Vamos acompanhar.

Husqvarna - Vamos conhecer melhor?

Olá pessoal!

A 4ª etapa do Dakar foi vencida pelo espanhol Joan Barreda Bort pilotando uma Husqvarna.

Para muitos Husqvarna é sinônimo de motosserra, mas não é bem assim...



A Hosqvarna é uma marca de origem sueca, que começou a produzir motocicletas em 1903, inicialmente usando motores de terceiros, e em 1920 iniciou a produção de seus próprios motores. Apoiada em um contrato com o exército sueco, a "Husky" se lançou e fez sucesso nas competições motociclísticas, vencendo 14 campeonatos de motocross nas categorias 125, 250 e 500, 24 campeonatos mundiais de enduro, entre outros.
Em 1987 a divisão de motocicletas da marca foi vendida para a Cagiva, e a fabricação foi transferida para Varese - IT e o sucesso continuou, chegando a vencer o supermoto em 2005 e 2008.
Em 2007 a marca foi vendida para a BMW, atual detentora, que mantém a produção em Varese.
Comenta-se que a estratégia é posicionar a Husqvarna em relação as motos da marca BMW do mesmo modo que a Mini está posicionado em relação à BMW no segmento automóveis.
A marca contabiliza hoje 82 títulos mundiais, e seu foco permanece no motocros, supermoto e enduro.

No Dakar a estréia foi em 1984, nas mãos de Bernard Rigoni, que terminou em 28º. Venceu as duas primeiras etapas da edição de 1990, pilotada por Laurent Charbonnel, mas não terminou a prova. Voltou a vencer outra etapa em 1996, desta vez pilotada por Karl Tianen. Chegou em 21º em 2001 nas mãos de Miran Stanovnik.
Em 2010 apenas uma Husky competiu. Segundo Alvaro Bistolfi, engenheiro chefe responsável, o desenvolvimento do protótipo foi feito em 25 dias, e foi a primeira com injeção eletrônica projetada para este tipo de competição. Foi pilotada pelo chileno Claudio "Burro" Rodriguez mas não completou a prova por causa de problemas elétricos. Em 2011 a história se repetiu, mas tendo Benaves Andres como protagonista.
Ano passado foram 10 competidores usando Husqvarna, entre eles Joan Barreda, que terminou em 11º, até hoje a melhor posição da marca nesta competição, e os brasileiros Zé Helio e Ike Klaumann.

Este ano de novo são 10 Huskys largando, e já tem 3 entre os 10 primeiros!

Alguém duvida que a briga vai ser boa?

Até o próximo!

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Dakar 2013

Olá pessoal!

Está em curso o Dakar2013, que nesta edição tem novo roteiro.

Serão 14 etapas com um dia de descanso (13/01), e este ano o Peru faz parte do trajeto, além da Argentina e Chile.

Infelizmente este ano o Dakar vai ficar sem o Zanol... :(

O mineiro estava com tudo certo para disputar a competição pilotando uma Honda, mas um grave acidente (04/12) durante treinos no deserto de Mojave o deixaram de fora.
Zanol sofreu uma forte pancada na cabeça, esteve em coma induzido durante 10 dias, e hoje faz seções de fisioterapia, ainda num hospital da Califórnia, mas tudo indica que a recuperação será completa e que logo logo ele estará fazendo poeira de novo.

Teremos então somente o Jean Azevedo representando o Brasil nas motos.

O Jean corre de KTM e comemora este ano sua 15ª participação no Dakar.
Ele estreou em 1990, mesmo ano em que Edi Orioli levou a Cagiva à vitória, quando terminou em 22º
Eis o seu retrospecto de moto:
1990 - 22º (Yamaha)
1991 - 21º (Yamaha)
1993 - 9º (Yamaha)
1994 - 15º (yamaha)
1996 - 24º (KTM)
1997 - 14º (KTM)
2001 - abandonou na 11ª etapa
2002 - 47º (Honda)
2003 - 5º (KTM)
2004 - 14º (KTM)
2005 - 7º (KTM)  Venceu a 14ª etapa e foi o primeiro brasileiro a fazer isso!
2006 - abandonou na 13ª etapa.
2007 - 25º (KTM) Venceu de novo a 14ª etapa
2011 - 7º (KTM)

Este ano ele terminou as primeiras 3 etapas em 35º na classificação geral (48º - 36º e 31º).

Ficamos acompanhando e na torcida.

Marc Coma é outra ausência.

O espanhol sofreu um acidente no Rally do Marrocos em Outubro, lesionou o ombro e não se sentia em condições físicas.

Vamos dar uma panorâmica geral?

Este ano largaram 196 motos, e como todos já sabem, nenhuma acima de 450cc.
66 KTM, 46 Yamaha, 31 Honda, 10 Husqvarna e mais outros 9 fabricantes.
A primeira etapa na verdade sempre é um trecho simples, cujo objetivo maior é coroar a festa da largada. Iniciou com um deslocamento entre Lima e Pisco, onde teve lugar a parte cronometrada de apenas 13km, vencida por Chaleco Lopez, que este ano vem de KTM, com tempo de 39:15.
Na segunda etapa, de 242km, houve várias dificuldades na navegação. Chaleco Lopez largou na frente mas cruzou o WP3 em 50º lugar, 17min atrás de Barreda. O chileno acabou chagando em 28º, na etapa que foi vencida pelo espanhol Barreda que pilotando uma Husqvarna passou na frente em todos os WP, com tempo final de 02:42:31.
A terceira etapa (243Km) foi vencida de ponta a ponta por Chaleco Lopez com tempo de 02:37:54, mas a primeira colocação na geral ficou com Cyril FDP Despres, com tempo total de 06:15:03. Logo atrás vêm Chaleco Lopez (02:51) e Ullevalseter (04:59).
No final desta etapa já se contabilizavam 18 abandonos, a maioria deles na segunda etapa.

A 4ª etapa está finalizando. Alguns pilotos já chegaram ao final. Vamos acompanhar e ver como fica a classificação geral.

Até o próximo!